quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Moinho de hoje.

Hoje eu chorei, de novo.
Hoje, eu pensei nos meus medos, nas minhas angústias, na minha felicidade. Hoje, eu vi que a felicidade não se procura, à felicidade atribui-se valor. Ela sempre existiu. Nas minas agonias, nas minhas confusões, nos meus erros, no meu pranto... ela sempre existiu.
Eu nunca a percebi. Nos piores momentos ela vem e me leva à tona. Nos piores momentos, ela só tenta invadir meu coração que insisto em botar alguém. Eu deixei ela entrar por alguns milésimos de segundo e, o alguém, hoje, saiu. Eu expulsei, eu chorei, eu me perdi. Eu menti. Eu quis. Eu falei pra sempre, aquele pra sempre que sempre dura dois segundos. Ou o suficiente pra terminar esse pseudotexto.
Hoje, as idéias esvaziam-se junto com as lágrimas, que correm em desalinho. Correm desesperadas pra encontrar uma razão, uma razão que não existe. Elas se perdem e me encontram, tão perdida quanto.
Hoje, lá no fundinho, eu rezei, fiz manha, fiz birra, implorei em desespero pra que Deus me enviasse uma máquina do tempo. Hoje, assim como todos os dias, eu pedi perdão e tentei justificar os erros pra mim mesma. Meus erros que já não são mais erros. Hoje, o certo morreu como nunca. Hoje, eu acreditei que um dia voltaria a valer a pena. Que o mel voltaria a ser doce. Que lutar pelo meu, valia a pena. Que, um dia, ele voltaria alto e de sorriso fino e grande, pra não caber mais na cama. Mas ele já não vem mais, não traz mais nada, só deixou o vazio que não veio buscar. Só eu ainda não entendi que ele não vem. Vou fazer forças sobreumanas pra acreditar que ele se perdeu no caminho ou que o porteiro o mandou embora. Eu espero o impossível, porque minha vida é cheia de impossibilidades. Cheia de ironias rodriguianas, cheia de casos perdidos que não me deixam sozinha. Cheia de inconvenientes, de contradições, de bastas e chegas.
E, hoje, eu disse chega! Chega de saudade, chega de amor, chega de evasão, chega de palavras que não existem. Chega de paixões que não retribuem. Chega de prantos, de emoção, de vida insana. Chega de cargas mortais de itensidade. Chega de emoções em chamas.
Hoje, eu concordei com Cartola. E percebi que meu mundo virou um moinho.

"Ainda é cedo amor, mal começaste a conhecer a vida, já anuncias a hora de partida, sem saber mesmo o rumo que irás tomar.

Presta atenção querida, embora eu saiba que estás resolvida, em cada esquina cai um pouco a tua vida, e em pouco tempo não serás mais o que és.

Ouça me bem amor, presta atenção o mundo é um moinho, vai triturar teus sonhos tão mesquinhos, vai reduzir as ilusões a pó.

Presta atenção querida, de cada amor tu herdarás só o cinismo, quando notares estás a beira do abismo, abismo que cavaste com teus pés."

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