quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Um não ao mestre.

Sabe, eu ando amando tanto que decidi parar com essa história toda de amar. Sei lá, mas não quero concorda com a frase típica rodriguiana de que não se pode amar e ser feliz ao mesmo tempo.
É que, até agora, só provei doses homeopáticas de felicidade que nunca me curaram. Sempre usei o amor em doses máximas, em superdosagens que me causavam overdoses. Overdoses de pura insanidade, palavra tão sinônima do amor. Em contrapartida, a abstinência me causava tremores de medo, lágrimas hemorrágicas, desejos intrépidos. E vinha a felicidade insuficiente de excessos que não satisfaziam. Vinha a saudade nostálgica e a vontade insensata pra controlar esse tumulto de idéias. Esse tumulto de confusões de peles, braços, bocas. Esse tumulto que me roubava conceitos e me libertava das minhas palavras neuróticas. Esse tumulto que me deixava vazia de tudo e tentava esvaziar até o que eu sentia.
Lêdo engano! Tanto esforço pra expulsar tudo que se passava num coração instável de fragilidades e tudo em vão. Enfraquecida, desisti e entreguei meu corpo ao avesso. Ofereci minha alma pro nada, que se aprosionou no nada.
Agora, aqui, convivendo com o nada, com a cautela, com a casualidade torpe. E, mesmo assim, não tô feliz. Será que eu, inconscientemente, continuo abusando do amor e só mudei os personagens? Sim, eu sinto falta sim. Sinto falta dessa entrega covarde que me devasta e destrói inteira. Mas, a falta é dotada de tanta insensatez, que não me acalma nem quando me cansa. É que, sabe, falta amor. Falta, sabe. Ele falta. Ele me furtava tudo ao mesmo tempo e não me deixava as sobras que me fazem insatisfeita. Mas, de tanto esvaziar e transbordar bruscamente, eu não tive mais forças e decidi entregar só metade do que pudia pra quem não pudia. Só que, agora, tô transbordando tanto de metades que preciso esvaziar tudo de uma vez. E, ele, agora, não volta. Fazer voltar? Não, amor não se pede. Amor se cultiva e ele nunca cultivou. Agora, o personagem muda, falta amor e a alma se excede porque não se doa, sufoca. O personagem mudou, mas o amor não, a casa não, o coelho não. Tudo espera por uma volta repentina, tomada de extraordinária impossibilidade. Mas o personagem mudou, e agora quem volta não é ele.
Mas, quer saber? Que volte só a felicidade antes conhecida que, sem amor, pode se manifestar sem preceitos. Ela tem que voltar! Eu preciso que ela volte e eu a prenda comigo. Assim, pode ser que eu ame o outro pelo simples fato de deparar com a felicidade nos meus olhos.
É, eu vou provar, sim, que nosso amigo Nelson estava errado. Amor e felicidade hão de andar de mãos dadas!

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