quarta-feira, julho 25, 2007

Um texto sem fim.

Seria impossível, de fato, que foste apenas uma reminiscência, uma lembrança nostálgica. É claro que te esquecer fez parte de todos os meus objetivos desde que te conheci, mas, como todos os outros, este se perdeu no caminho e parou na alfândega da dúvida.
Já não sei se é certo sustentar tanto amor, mas o fato é que te esquecer virou mais que um objetivo, passou a ser uma punição como se eu fosse uma criminosa por simplesmente amar, ou te amar. Eu não vejo razoes, não vejo ceticismos, não sei o que é falta de sentimentos quando vejo um A ou um B, ou um peito pseudocab
eludo em que eu possa deitar pra vida inteira ou qualquer abraço quente como nunca provei igual, ou ainda, um encontro de olhos que se ligam num prazer impossível que, concomitantemente, é físico e emocional.
Eu não sei o que fazer com esses olhares perdidos que já te viram na reviravolta do prazer. Eu não
sei o que é tua busca enquanto o nada é muito mais perto e o vazio me completa como teu corpo cheio de desejo. Eu não sei o que é proferir palavras frívolas enquanto a única coisa que carrego é um caminhão de significados, que só fazem jus a tal palavra quando proferidos a ti. Eu não sei o que é um colo, um abraço, um puxar de cabelos. Tu roubaste todas essas vontades de mim para que ficasse apenas o vazio como concreto. Eu não vejo mais magia num beijo porque tu roubaste todo o feitiço da vida.
Foste e não foste único e eu já não sei conviver com essa dualidade que me corrói tal qual uma ferida dilacerada. Eu te amo e te amar dói. Dói conhecer tal sentimento se sempre o ostentei com tal ganância e nunca tive retorno algum. Dói a imaginação solta que simula momentos futuros que não acontecerão. Dói descobrir tua pele áspera que amaciara a minha, tua boca seca que me matava a sede, teu corpo frio que me proveria do inverno mais rigoroso.
Eu imploro chances, momentos, tempo. Eu suplico tu, tua gargalhada e teu jeito comum e tão único de encarar a vida e fazer com que eu a prove. E, por isso, dói como se eu tivesse batido o cotovelo na quina da mesa. Dói tua ausência que me tatua de melancolia e retira tudo que tinha de mais precioso como significado. Dói como um câncer que me retira forças e esquece minhas necessidades mais humanas, que me apartem da sobrevivência, que só recebe o prefixo porque dilaceraste minhas gargalhadas da vida.

Eu te amo e te amar dói. Lateja como meu olho cansado de verter lágrima e sugar palavras inúteis que me aliviam. Arde meu corpo de vontade de um calor que exale teu cheiro de desejo, arde meu coração de vontade de transbordar de intensidade que só é tal quando tu atribuis sentido.

1 Comentários:

Às outubro 01, 2007 9:15 PM , Anonymous Anônimo disse...

Achei isso perfeito..., queria mostrar cada palavra para alguem, eh praticamente tudo o que senti..
pena que foi vc que escreveu.. hihihi

 

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