sábado, janeiro 27, 2007

Alguma coisa acontece no meu coração

É, alguma acontece.
Não é novidade pra ninguém minha vontade de voltar atrás, vontade de não errar mais, vontade de chutar tudo que houver pela frente, vontade de indagar tudo, vontade do novo. E também é de conhecimento geral que eu não espero nada, nem engulo, nem calo minha rouquidão pro que me intimida.
Ando fazendo diferenças por aí, eu sei. Eu sei que meu jeito apaixonado por tudo incomoda muita gente. Amando e odiando sempre. O meio termo me enoja!
Amando História, amando política, amando flores, amando coca-light, amando filmes de madrugada, amando o amor e o inexplicável.
Frequentemente procuro motivos pra cada amor e acabo desistindo. Sempre lembro que não quero saber de causas e agentes. Chega de procurar ensejo em tudo: a razão é certa demais, e o que é certo é vazio e angustiante. E eu odeio! Odeio junto com a saudade, com o previsível, com o abandono, com a ignorância, com a indiferença, com os padrões, com as regras, com o não ter.
Há coisas que não me importo de não ter, mas algumas me fazem uma falta absurda, que me arranca toda a vontade de negar. São subjetivos os valores, mas é a minha saudade mais pura: os meus amigos, os meus pais, o meu irmão, o meu coelho azul, o amor que dediquei a quem não devia. É a saudade ingênua de uma adulta que se nega a crescer. É a saudade chorosa da menina manhosa que perdeu o doce preferido. É a saudade que estraga tudo, e se responsabiliza por nada.
Sei lá o que quero agora. Fazendo jus à menininha insistente, que todo mundo já conhece, ainda não desisti das bonecas coloridas, das canetas cheirosas, dos papeis de carta, dos ursinhos na estante, da Noviça Rebelde, da mochila da carochinha, das trancinhas, do príncipe encantado. Se bem que meu príncipe eu já desisti de imaginar. Cada hora ele vem de um jeito e eu permito ser enfeitiçada. O problema depois é que ele se torna um bruxo malvado ou um sapo asqueroso. Tudo bem, a busca sem critérios continua. Não ligo se ele for baixinho ou não abrir a porta do carro pra mim, nem se ele não escuta chico ou gosta de comédia, muito menos se ronca, se gosta de madrugadas, se usa Mont Blanc, se gosta de cabernet’s ou odeia melancia. Quero mesmo é que me conquiste, me faça sentir amada, transforme minha loucura em realidade, cuide de mim e seja lá deveras o avesso do avesso do avesso do avesso. É, não precisa ser São Paulo pra eu me incomodar com a deselegância discreta de tuas meninas.

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sexta-feira, janeiro 26, 2007

Louca, corajosa, orgulhosa e sem-vergonha!

Ah, voltei.
Pensando bem, não vou deixar criar essa camada de vazio não!
Ou eu afundo de vez, ou elevo minha vida aos céus. Não sirvo pra flutuar, muito menos aguentar o meio termo.
Vem sim! E vem logo.
Derruba a minha porta antes que o faça com a tua! Sem pudor nenhum. Afinal, perdi a vergonha em algum lugar distante. E tô bem sem-vergonha!
Feliz, eu, sim! Felicidade incomensurável sem motivos e antidepressivos. Nem luas.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Eu! Louca, corajosa e, agora, na versão orgulhosa.

É... as coisas acabam. O cd acaba, a série acaba, o amor acaba (ou cansa).
Eu não, eu só desisto. E desisti! Aliás, eu não quero mais.
Como é ótimo me sentir livre: absorver veríssimos, rodrigues, sabinos sem medo nenhum de dar de cara com a emoção satirizada. Não tenho mais medo não! Que venham todas as situações envolventes. Vesti minha carapaça de uma vez por todas... não é bom pra mim, mas é eficiente pra continuar usando essa máscara supressora do que eu sinto.
E que venham os amores! Os ilusórios e os de vez em nunca. Ah, continuo com os pleonasmos.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

vida à vácuo

O que sinto já nem configuro mais, esta intrínseco desde que acordo até a hora de dormir. A diferença pros meus sonhos é que neles tu não te ausentas com tanto propósito. E nem desistes tão fácil do que poderia ser uma vida, um quase sonho. Transformaste meus conceitos em tudo que eu não queria e demorei tempos pra cultivar. Mas nem ligo de teres mudado a constituição que eu havia adquirido. Derrubei meus muros que tanto tempo demorei a construí e eles já não me fazem falta. Tua presença já cansou de ser almejada (nenhum santo agüenta mais ouvir teu nome!). Destruí minha paciência pra que entrasses e te apossasses de minha alma, que tanto insistes em ironizar. Alguns atos incompreensíveis sim, mas não pra mim. Não sabes o quanto te quis e quero, e também não te importas quando meu corpo te implora ou meu coração enfraquece. Na verdade, isso nem dói mais. O que parece uma facada profunda é a forma como lidaste. Não me mande embora com essa calma e conformidade. Não nasci pra isso e desde há muito me condicionei a excluir todas essas coisas bobas que enojam meu jeito impulsivo de viver. Eu tenho orgulho por não ser mais uma a ser influenciada por preconceitos e morais, afinal, cuido do meu coração com a preocupação de um político corrupto para com favela mais pobre do país. Que se dane cada pedacinho que ele perde contigo. Daqui a pouco tu o destróis... e sem a mínima importância. Eu te peço que me livres de tua doença e me torne imune a tudo que seja parecido, que não arranques mais essa palavra que fiz questão de dedicar unicamente a ti e nem chegaste a escutar com toda a sinceridade de que ela necessita. Que eu não a use e nem me engane mais. Que ela se extinga seja qual tempo eu tiver de me machucar, porque nem a certeza de que não voltas me encoraja esquecer. Sinceramente, uma injeção letal seria mais fácil. Queria que a medicasses para meus sentimentos. Foram eles que me atrapalharam e determinaram minhas atitudes desde que o conheci. Já te falei que o queria muito antes de te buscar naquele caminho do CSE, sei lá por que. E, depois, mais que nunca, a vontade aumentou.

Agora eu me brigo e te brigo, sem saberes de nada. Só procuro os teus defeitos, mas quando presto atenção, descubro qualidades. Até teu ronco doce e tua pressa absurda eu gostava. Aprendi assim, me ensinaste assim. E eu o odeio por isso! Odeio e te culpo por me fazer gostar cada dia mais; cada gesto, mais; cada palavra, mais. Odeio por não saíres da minha cabeça mesmo depois de eu ter decretado teu luto. Odeio por me teres feito sentir a vida mais leve. Odeio por ter gasto palavras, pensamentos, tempo. Odeio por não deixar ninguém deitar no travesseiro que deitavas. Odeio por não conseguir mais beber vinho em taças. Odeio por teres me deixado tão burra. Odeio por não saber o que fazer com tanto amor que decidi que só tu eras digno de merecer, e não o aceitaste. E, mais que tudo, odeio mais ainda o fato de te odiar tanto que eu não consigo odiar.
É... talvez eu goste mesmo é do vácuo. Mas minha vida á vácuo eu jamais admitiria. Não sou normal, conformada e muito menos medíocre, esqueceu
?

domingo, janeiro 21, 2007

Bom que eu começo introduzindo o que já vou excluir. Desse texto e da minha vida. Há tempos venho fazendo um balanço e vi que passou da hora de despejar o que não me é útil. Mas tudo bem, segundo alguém, nunca é tarde. Ainda é janeiro e faltam onze meses pra que eu faça uma reavaliação. E, já que pra mim, o ano começa depois do carnaval, ainda não estou usando o limite do tempo.
E comecemos pelas palavras inúteis. Sim, essas que alguém nunca vai se dar ao trabalho de ler, mas eu continuo mostrando o quanto elas suplicam livrar-se do ambiente neurótico em que eu as prendo. Diminuirei o numero de metáforas e pensamentos dramáticos. Juro. Juro pelo meu último amor. E, que ele caia mortinho da silva agora na minha frente. Alias, bem longe! E que se dane se cederei aos caprichos da língua portuguesa... agora é como se uma força maior decidisse por mim. E eu também não apostarei mais comigo mesma.
Eu mandarei pro espaço todos meus pensamentos infantis. Não acreditarei mais no meu príncipe encantado. Os sapos são bem mais reais. Esquecerei os encantos do começo e deixarei de conjugar o verbo “amar”. Até hoje, eu só o usei camuflado pelo “odiar”. Os presentinhos especiais serão tratados como flores murchas más intencionadas. Dos filmes, eu não lembrarei de mais nenhum e, de agora em diante, chega de noviças apaixonadas, criativas e rebeldes. As musicas representarão nada e as letras nunca mais cantadas. Teus retratos vão desaparecer de todos os rostos nas ruas e vou lavar toda a roupa de cama com desinfetante, pra tirar bem teu cheiro e não ter uma só célula morta que me lembre de ti. Teus domínios cibernéticos não serão mais minha rotina, e nem procurarei saber da tua nova “oportunidade” bonita e com a cara enojada de tanta normalidade. Vou esquecer do teu abraço apertado de ir embora, darei só preferência aos frouxos, em tudo! Principalmente aqueles que não sabem se querem ovos mexidos ou fritos, pelo menos eles ficam pro jantar. Presentinhos bonitinhos de lembrancinha da tolinha burrinha só serão dados a mim mesma, e todos os mais caros da Imaginarium terão como único destino a decoração do meu quarto, preenchendo o vazio que deixaste. E eu vou tentar esvaziar e manter minha mente longe dos pensamentos impulsivos e melosos. Tratarei, com a frieza que me ensinaste todos os ombros largos de pernas compridas que encontrar por aí. E, de agora em diante, só deitará aquele que couber os pés na cama, porque eu cansei de me preocupar com o frio que sentias enquanto deitava no teu peito liso e confundia teu ronco com a música mais perfeita, que, depois descobri, nem a conhecias. Sexual healing, lembras? Também eu vou esquecer do quanto não gostasses do sofá e preferisses o lap, por ser mais confortável. Ah! Vou continuar colocando a chaleira na geladeira com preguiça de comprar água. Porque se eu comprar, vou lembrar de ti trazendo um copo cheio pra gente depois de meia garrafa de vinho. Vinho que estacionou no Merlot. E pensar quantos malbec´s, cabernet´s franc, pinot´s noir, tannat´s ainda ocupariam aqueles copos que melhor comportavam requeijão. Mas, que se dane, ainda há outros tipos pra experimentar, outros que me encorajem a dizer “te amo”, outros que não gostem do meu coelho azul, outros que dormem bonito, outros que saem com pressa, outros que eu goste sem nem conhecer direito e outros que eu exclua pelas burrices feitas por uma tola carente e incompreendida.

sábado, janeiro 20, 2007

Ei! Me devolve?

Quantas pessoas mais terei de confundir, sair correndo, puxar e berrar teu nome? Gravei cada formato do teu corpo, teu cheiro se fez único pra mim e eu já nem sei quantas vezes procurei tua voz.
Tua falta resolveu fazer parte da minha vida. Deixaste ela e levaste meu coração, pra bem longe. Não, não o rosa, porque eu tenho o azul. Mas, aquele de dentro. Arrancasses sem dó como se eu não o quisesse mais. Deixaste como vestígios algumas músicas, o gostoso de dormir junto, o vício do vinho, o medo da maçã e o mel, que adoça tudo, menos a minha angústia. Fosses todo único e nem sabes o quanto tentei evitar isso. Culpa tua! Deverias arcar com as conseqüências, livrar esse coraçãozinho de tantas dores pelo menos uma vez, na mais intensa. Saber que o corpo trai a alma por diversos motivos, inexplicáveis. Mas, ela, não é enganada nunca! Aliás, eu a te dei para que cuidasses, e não a usasses. Confundiste-a com alguma emoção desenfreada e esquecesses do valor. Ela grita agora por ti, a cada pensamento. Quer o coração de volta... o rosa! Pra se juntar ao azul e os dois fiquem imunes a orgulhos e morais.
Domasses todos os sonhos, todos os dias, todos os segundos acordada. Seqüestraste-me e jogaste-me fora sem ao menos fazer um acordo. Invadiste meus sentimentos, desde a primeira vez, e te apossasses. Chegaste mandando e eu não tive vontade de revidar. Fizesses uma faxina dentro de mim pra te tornares onipresente, em cada célula. Agora, que fugisses, deixaste-as sem alimentos, fracas, impotentes pra te procurar sem temer a recusa. Sensíveis, morrem aos poucos. Ensinaste-as a não deixar mais ninguém ocupa-las. Ninguém. Aqui dentro, só tu cabes. Fizesses o molde pras tuas pernas longas, tuas mãos grandes e finas, tuas costas largas, teu corpo magro e alto. Agora, avisa logo se voltarás a terminar o que começaste e ensina-las a sobreviverem sozinhas, ou continues ausente, ignorando suas existências e deixando-as morrer. Alias, aproveita e diz logo quando deixares de alimentar meu coração. Encubo-me de organizar todo o funeral, sem apreciações, e enterra-lo na cova mais funda de um cemitério vazio e escuro. Creio que ficará melhor assim do que nas mãos de quem o maltrata. De quem arranca palavras sem respeitar o tempo...

“mas nada vai conseguir mudar o que ficou... quando penso em alguém, só penso em você!”

sexta-feira, janeiro 19, 2007

O que será que será?

Será que nem um pouco te cutuca quando meus olhos mais pareciam estrelas ao te ver? Por que nunca brilhasses junto?
Não percebeste ainda que o mel ficou amargo, o cd arranha sozinho e o vinho te espera como vinagre? Será que sabes que já tem taças no armário e os copos de requeijão se reduziram a meros recipientes daquele vácuo que me injetasses?
Será que nem soubesses que transformasses o que eu diria um simples cotidiano? Será, ainda, com as minhas repetições exaustivas, que não percebes que o único a quem tive coragem de conjugar aquele verbo, que já conjugaste, eras tu? Será que nem meu medo conseguiu te traduzir a minha vontade incoerente que depois da certeza dos prazeres mais subjetivos, mais mágicos e mais distantes eu ainda não consiga te provar com todas as letras que eu te amo? Será, ainda, que vai demorar muito pra eu perceber que o que é da alma não cabe ao corpo julgar? Será, mais ainda, que não me ensinarias a distinguir uma atração do sentimento mais nobre e sublime que me? Saia, que não me permitas mais, que suma destes sonhos incertos, dos pensamentos vagos e das ações carregadas de esperança. Carregadas de tanto amor recusado, de tantos atos compensatórios que mais me esvaziavam. Não percebeste, ainda, que és o único que me enches? Que enche de alegria, de figmentos, de elucubrações? Esvazia-me de ti agora ou permaneças pra sempre, mesmo que ele acabe em poucos segundos.
A confusão que se criou foi tua, porque eu sempre soube da fome que meu devaneio sentia.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Deu errado? Canta!


Vá e enfrente. Mascare. Exatamente como fazes agora. Ouça axé, psy, hip hop... qualquer coisa que não te faças lembrar! Cuidado. Nem se quer pense na possibilidade de pôr MPB. Samba rock até vai; samba de raiz, selecione. Jack Johnson, Pete Murray, Xavier Rudd, Joe Purdy... nem pensar! Vá de Wando ou, talvez, um Sidney Magal te caias bem. Pagode? Só com muita cerveja e gente por perto. Não te arrisques. Dance. Não pense. Não te lembres. Exclua qualquer vestígio. Apague fotos e não escute as músicas. Esconda o mel, não tome mais vinho, evite olhar para a maçã fresquinha do supermercado, jogue fora o CD, corte o coração azul. O livro já deste. Esconda de ti as cartas não enviadas. Ou publique-as se te traz algum alivio. Não implore, esqueça. Leve a sério. Pense na tua vida e não o que perdes dela sem ele. Desista. Desligue o Frejat! Ponha funk e, agora, só pense em beijar. Des’ree te fortalece e faz pensar, então, “try and keep your head up to the sky”. Tira Syd Matters! Vou te forçar um rock, bem Aerosmith, mas nada de “cause I need you baby”. Te permito César Menotti e Fabiano, desde que “risque o nome da sua agenda”. Não te rendas ao Zeca, nem te enganes com Jorge Ben: são traiçoeiros. E quando te deparas já estas escrevendo um “telegrama”, com expressões de conteúdo “por você”. Aliás, ao falar em Jorge, tire já o Aragão com a Ivetinha... essas loucuras não vão dar em nada – assim espero! E muito menos essa “paixão”, jogue fora, queime, arranque. E nem pense no “alo”, como proclama a Banda Eva. Quer saber? Tá na hora de um Peçanha, já! Quando enjoares, te deixo com Buena Vista Social Clube. Mas se me enganares, e fugires pra Eros Ramazzoti ou Enrique Iglesias... te faço engolir Latino!!!